Monday, November 19, 2007

Este texto está a ser escrito ao ritmo da fúria que me atinge a cada inspirar deste mundo putrefacto que me consome. Não para atingir quem me esquece ou quem me magoa, quem em determinada altura me virou as costas ou me deixou sem luz na penumbra da solidão. Mas sim para agradecer aqueles que me deram e dão a mão, que se lembram dos pormenores de me desejar boa sorte ou de me ligar apenas para saber se eu estou a sorrir.

Quantos de nós têm a possibilidade de, no vazio do seu ser, escondidos no mais recondito pedaço do sentir, ter a pura certeza de confiar em alguém?
Serias tu, qualquer um de vós, capaz de vendar os seus olhos e seguir alguém sem questionarem nunca se essa pessoa estaria a tomar uma decisão errada por vocês, sem confiarem que ela não vos estaria a trair, a magoar ou simplesmente a olvidar-se do vosso bem estar, certa de que, olhos que não vêm, coração que não sente.

Pois, carissimos, no meio de toda a minha fúria, do meu cansaço de anos a lutar contra mim mesmo, posso dizer que eu tenho essas pessoas.

Um abraço do tamanho do mundo, do tamanho do meu ser e de todo o amor que vocês, de uma forma ou outra, sabem que sinto por cada um de vós.

Como eu confio, confiem em mim, pois o lema de levar um bala pela vossa vida é, por parte deste vosso amigo, uma certeza. Não apenas um soneto ao vento, cantado heroicamente, para galvanizar os egos.

Eu sou pequeno para mim, grande para vós, obrigado por existirem.